O problema da forma na música contemporânea
Resumo
Nossa intenção neste artigo é, em primeiro lugar, contextualizar o problema da forma musical após o desgaste da tonalidade no fi nal do século XIX. Em seguida, apresentamos o diagnóstico realizado por Ligeti sobre os princípios formais que orientaram boa parte do desenvolvimento da música contemporânea, sobretudo no interior da música serial e aleatória, marcada pela reconfi guração estrutural de uma temporalidade que não mais obedece a critérios pertinentes à tradição tonal. Entre estes princípios, observamos: 1) ausência de esquemas formais pré-estabelecidos; 2) articulação rítmica desligada de qualquer pulsação regular; 3) ausência de sintaxe geralmente válida; 4) relativização da função dos elementos musicais, função que até então marcava as fases dentro da forma tradicional, e acompanhamento de uma sintaxe individualizada. Procuramos identifi car as relações entre as diversas estratégias para a solução dos impasses da forma musical contemporânea (como aquelas expostas nos trabalhos de Boulez e Adorno), que dizem respeito atualmente a uma das principais temáticas da fi losofi a da música.
Downloads
Referências
ADORNO, T. W. Philosophie de la Nouvelle Musique. Paris: Gallimard, 1962.
ADORNO, T.W. Vers une musique informelle. In: Quasi una Fantasia. London: Verso, 1994.
BARRAQUÉ, J. Debussy. Paris: Seuil, 1994.
BERGSON, H. O pensamento e o movente. In: Bergson. São Paulo: Abril Cultural, 1984. (Os Pensadores).
BOISSIÈRE, A. Adorno, la verité de la musique moderne. Lille: Presses Universitaires du Septentrion, 1999.
BOULEZ, P. A Música Hoje 2. São Paulo: Perspectiva, 1992.
HANSLICK, E. Do Belo Musical. Lisboa: Edições 70, [s/d].
LÉVI-STRAUSS, C. O cru e o cozido. São Paulo: Cosacnaify, 2004.
LIGETI, G. La Forme dans La Musique Nouvelle. In: Neuf Essais sur la Musique. Genève: Contrechamps, 2001.
TREZISE, S. Debussy’s La Mer. London: Cambridge Press, 1994.
Copyright (c) 2017 Revista ArteFilosofia
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores/as mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ que permite o compartilhamento do trabalho, com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores/as têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.