Filosofia e literatura segundo Arthur Danto
Resumo
O ponto de partida do artigo se refere às abordagens de Arthur Danto, da primeira metade dos anos 1960 sobre a possível indiscernibilidade entre obras de arte e coisas comuns, especialmente as Brillo Boxes de Andy Warhol. Como é amplamente sabido, Danto desenvolveu extensivamente esse ponto de vista do seu artigo de 1964 “O mundo da arte” no seu livro A transfiguração do lugar comum, aprofundando na questão das condições sob as quais objetos da vida cotidiana se torna obras de arte. A investigação filosófica de Danto sobre esse tópico continuou, ainda na década de 1980, incorporando elementos da discussão, recorrente no século XX, sobre o fim da arte, enriquecida por uma apropriação das Lições sobre a estética, de Hegel, segundo as quais, depois que a arte completou o seu ciclo histórico, ela encontra o seu fim, sobrevivendo sem qualquer substância ontológica. O posicionamento de Danto agora é que a mencionada indiscernibilidade entre obras de arte e coisas prosaicas significa exatamente a era posterior ao fim da arte, na qual, por um lado, as obras de arte já não assumem a responsabilidade de indicar o seu conteúdo filosófico, e, por outro lado, podem usufruir de uma existência despreocupada enquanto “arte pós-histórica”, um termo que designa a arte para além da narrativa histórica dos movimentos e estilos da arte. O ponto de vista de Danto se ampliou para uma discussão da literatura e sua relação com a filosofia em pelo menos dois ensaios compilados na antologia O descredenciamento filosófico da arte: “Filosofia como/e/da literatura” e “Filosofando a literatura”, os quais constituem o núcleo duro da presente análise.
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