O belo e o musical

o conceito de beleza em Do belo musical, de Eduard Hanslick (1854)

Palavras-chave: Estética, História Conceitual, Música, Século XIX

Resumo

 Este artigo investiga o conceito de “beleza” em Do belo musical, livro de 1854 do crítico austríaco Eduard Hanslick. O objetivo é entender a semântica e o uso do conceito de “beleza” no texto, assim como a trajetória histórica do termo e o contexto filosófico do autor. Hanslick defende a autonomia da beleza musical em oposição à ideia romântica da “obra de arte total”, afirmando que a música possui uma beleza puramente formal, de matriz intelectual, independente de outras artes como a poesia ou o teatro. Essa perspectiva representa uma ruptura com o idealismo de Hegel e com a Estética do Sentimento predominantes no romantismo alemão, que viam a beleza como algo moralmente tributário. É também uma continuidade do movimento de emancipação da música instrumental, que teve seu auge com Beethoven no início do século XIX. Hanslick, dessa maneira, promove uma dupla autonomia — a da beleza e a da música — ao concluir que ela é, por natureza, incapaz de representar nada além de si mesma.

Publicado
2025-11-14
Como Citar
Brandão, A. (2025). O belo e o musical: o conceito de beleza em Do belo musical, de Eduard Hanslick (1854). (ENTRE)LINHAS: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em História Da Universidade Federal De Ouro Preto, 5(01), 01-13. Recuperado de https://periodicos.ufop.br/entrelinhas/article/view/10.22491.2965-5293.15017900
Seção
Dossiê Temático