Robôs podem ser moralmente responsabilizados? Reflexões à luz do pragmatismo de John Dewey

  • Fernando Cesar Pilan Universidade Estadual do Norte do Paraná

Resumo

Os dois principais objetivos do presente trabalho são: (1) brevemente apresentar os avan- ços da Inteligência Artificial e (2) problematizar o “dilema moral” que esses avanços geram, buscando contribuições na Teoria Moral de John Dewey. Na esteira dos modelos éticos tradi- cionais, esse tipo de debate parece não encontrar muitos avanços, pois se assenta na noção de dever moral e imputação de culpa. Nosso objetivo é mostrar que, no viés filosófico pragma- tista de Dewey, seria possível uma reflexão sobre a conduta no plano da ação não mais detida no domínio representacionista, no plano do dever. Para Dewey, se um ser é capaz de atualizar seus hábitos, este pode, em algum sentido, ser considerado responsável por suas ações, pois os procedimentos morais não se distinguiriam dos procedimentos cognitivos. Nessa perspec- tiva, precisaríamos de uma redefinição da noção de responsabilidade, não mais pautada na imputação de culpa, mas na correção de hábitos. Acreditamos que a sugestão de Dewey, de que a conduta seria um processo dinâmico e intimamente ligado à experiência e à cognição, nos oferece ferramentas para pensar alternativamente a questão da responsabilidade no con- texto filosófico contemporâneo.
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Publicado
2014-03-23
Como Citar
Pilan, F. C. (2014). Robôs podem ser moralmente responsabilizados? Reflexões à luz do pragmatismo de John Dewey. Fundamento, 1(5). Recuperado de https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/2324
Seção
ARTIGOS INÉDITOS