Morte, significação e os limites da representação em Husserl

  • Ricardo Avalone SEDUC-MA

Resumo

Dado que na atitude fenomenológica deve haver simultaneidade entre o processo subjetivo, a constituição do objeto e o próprio objeto que se constitui na imanência, pretende-se investigar por que Husserl não a concretiza plenamente: 1) ao considerar que o objeto só é possível se uma intenção animar uma sensação; 2) ao buscar fundamentar o conhecimento na consciência ideal/transcendental que constitui a idealidade capaz de salvar o domínio da presença na repetição. Husserl manteve-se preso ao esquema empirista? Operou um recorte do a priori lógico no interior do a priori geral da linguagem, repetindo a intenção original da metafísica? Ou um descuido originário com relação ao campo temático da fenomenologia e a tarefa de ver e explicitar a existência em seu ser o impediu de perceber que o que está em jogo naquilo que abre quando se assegura o movimento da idealização é uma relação do existente com sua morte?

Referências

AGAMBEN, G. A linguagem e a morte: um seminário sobre o lugar da negatividade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.
BARASH, J. A. Heidegger e o seu século – tempo do Ser, tempo da história. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
DERRIDA, J. A voz e o fenômeno. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
DUQUE-ESTRADA, P. C. Ciência e Pós-representação: Notas sobre Heidegger. In: Política e Trabalho. Revista de Ciências Sociais, ano 22, n. 24 (2006) – João Pessoa: PPGS-UFPB, 2006.
FIGAL, G. Martin Heidegger: fenomenologia da liberdade. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
GUIGNON, C (Dir.). Poliedro Heidegger. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.
HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 2014.
___. Ontologia (hermenêutica da faticidade). Petrópolis: Vozes, 2013.
___. Introducción a la investigación fenomenológica. Madrid: Ed. Sintesis, 2008.
___. O conceito de tempo/ A questão da técnica. In: Cadernos de Tradução, n. 2, DF/USP, 1997.
HODGE, J. Heidegger e a Ética. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
HOFFMAN, P. A morte, o tempo e a história: II parte de O Ser e o tempo. In: Poliedro Heidegger. C. Guignon (Dir.), 1998, p. 213-231.
HUSSERL, E. Investigações lógicas. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
LEVINAS, E. Descobrindo a Existência com Husserl e Heidegger. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
STEIN, E. Diferença e Metafísica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2000.
________. Nas proximidades da antropologia: ensaios e conferências filosóficas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.
WOLIN, R. A Política do Ser. Lisboa: Instituto Piaget, 1998.
XOCOLOTZI, Á. Facetas Heideggerianas. Puebla: BUAP/Los libros de Homero, 2009.
Publicado
2020-02-12
Como Citar
Avalone, R. (2020). Morte, significação e os limites da representação em Husserl. Fundamento, (14), 41-51. Recuperado de https://periodicos.ufop.br/fundamento/article/view/2450
Seção
Artigos