Figuração e Negritude:
a Arte e o Outro como Ficção
Resumo
Em Negerplastik, Carl Einstein demonstra a falibilidade da pretensa superioridade da Arte Europeia em relação à Arte Africana, a partir do desmonte da lógica a presidir ao modelo pictórico ocidental da idade clássica ao contrastá-lo à plasticidade escultórica africana. A Arte Ocidental ampara-se em uma arquitetura figural calcada no modelo naturalista cuja potência persuasiva repousa sobre a possibilidade de converter suas narrativas em ficções suficientemente críveis cujo efeito retórico assentou o ‘negro’ como ‘figura’ fabricada pela História e suas estruturas fictícias e imagéticas. Nosso texto propõe a raspagem desta paisagem figural no intuito de compreender como o negro se o pode reinventar a partir da poiesis artística contemporânea. Ao analisar obras de três artistas negros contemporâneos brasileiros, a saber, Rosana Paulino, Dalton Paulo e Antônio Obá, este artigo se ampara nas noções de figura e ficção, como se as estabelecem em alguns marcos textuais da História da Arte e da Teoria da História.
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