Descartes e a Dimensão Estética do Compendium Musicae
Resumo
Cientes do profundo legado intelectual deixado ao ocidente pela obra cartesiana, procuraremos situar tal legado em relação ao desenvolvimento subsequente do pensamento estético musical, buscando compreender de que maneira a filosofia de René Descartes (1596-1650) se mostrou importante enquanto ferramenta e solo comum para a estética e para a filosofia da música dos séculos XVII e XVIII. Para tal, nosso itinerário levará em consideração diversos aspectos e momentos da filosofia cartesiana. Contudo, tomaremos por objeto principal o retorno à letra do texto do Compendium Musicae (1618), esforçando-nos por desvelar, ainda que modestamente, alguns indícios da dimensão estética presente neste pequeno opúsculo. A premissa da qual partimos, no que concerne ao Compendium, é de que neste momento filosófico de sua obra encontramos um Descartes antes do dualismo, um Descartes preocupado mais com prazeres estéticos do que com os mirabilis scientiae fundamenta.
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Referências
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