Corpo e descolonização na arte brasileira contemporânea
Resumo
Partindo de uma aproximação entre Vilém Flusser e Donna Haraway, investigo conceitos, práticas, tecnologias e estéticas que marcam, organizam hierarquicamente e exploram – em uma palavra: colonizam – nossos corpos. Em seguida, discuto com o argumento de Rodrigo Duarte de que certa corporeidade, que teria sido reprimida por boa parte das culturas, poderia ser entendida como base “estética” para um movimento político de resistência ao que Flusser chamou de programação da humanidade pelos aparelhos, que corresponde, em linhas gerais, ao que Haraway chamou de informática da dominação. Defendo a hipótese de uma dupla possibilidade subversiva a partir de propostas artísticas brasileiras contemporâneas que, de diferentes maneiras, engajam os corpos – o corpo da/o artista, os corpos dos espectadores/participantes/cocriadores, o corpo social – em práticas decoloniais. Por fim, retomo os assuntos abordados à luz da atual situação de pandemia e isolamento social.
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