Rua de mão dupla:

Passagens entre a arte e a publicidade.

  • Aléxia Bretas
Palavras-chave: Benjamin, Reclame, Publicidade, Propaganda, Contrapropaganda

Resumo

Reclame, publicidade, propaganda. A despeito das nuances semânticas, todos esses termos aparecem nos escritos de Walter Benjamin para iluminar a via de mão dupla aberta entre a arte e a técnica, notadamente a partir de meados do século XIX. Ao longo de deambulações propedêuticas pelas ruas de Berlim ou Paris, jornais, revistas, cartazes, panfletos e luminosos conquistam o interesse e a atenção do autor como elementos decisivos em sua apresentação alegórica da modernidade capitalista. Assim, enquanto em Rua de mão única, o reclame é evocado em paralelo com o declínio da forma tradicional do livro impresso, no trabalho das Passagens suas figuras anunciam nada menos que o “cotidiano da utopia”. Neste ponto em particular, sua teoria distingue-se tanto da contrapropaganda de Marcuse, quanto das críticas de Adorno à indústria cultural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

ARAGON, Louis. O Camponês de Paris. Tradução: Flávia Nascimento.Rio de Janeiro: Imago, 1996.

BENJAMIN. Obras escolhidas II: Rua de mão única. Tradução: Rubens Rodrigues Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 1995.

BENJAMIN. Obras escolhidas I: Magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1986. Apresentação: Jeanne Marie Gagnebin. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet.

BENJAMIN. Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006. Organização: Willi Bolle. Colaboração: Olgária Chain Féres Matos. Tradução do alemão: Irene Aron. Tradução do francês: Cleonice Paes Barreto Mourão.

BENJAMIN. Origem do drama trágico alemão. Tradução: João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013a.

BENJAMIN. O capitalismo como religião. Organizador: Michael Löwy. Tradução: Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2013b.

BRETON, André. Manifestos do Surrealismo.Tradução: Sérgio Pachá.Rio de Janeiro: Nau Editora, 2001.

BRETAS, Aléxia. Do romance de artista à permanência da arte: Marcuse e as aporias da modernidade estética. São Paulo: Annablume / Fapesp, 2013.

BRETAS, Aléxia. “Imagens do Pensamento em Walter Benjamin”. Artefilosofia (UFOP), v. 6, p. 63-73, 2009.

CHÉNIEUX-GENDRON, Jacqueline (org). “Il y aura une fois”: Une anthologie du Surréalisme. Paris: Gallimard, 2003.

CHRISTIN, Anne-Marie (org).Histoire de l’écriture: de l’idéogramme au multimédia. Paris: Flammarion, 2012.

DARNTON, Robert. O Iluminismo como negócio: história da publicação da Enciclopédia 1775-1800. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

DARNTON, Robert. Os best-sellers proibidos da França Pré-revolucionária. São Paulo: Companhia das letras, 1998.

DIDI-HUBERMAN, Georges. “Image-Malice: Histoire de l’art et casse-tête du temps”, in:Devant le temps. Paris: Les Editions de Minuit, 2000.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. “De uma estética da visibilidade a uma estética datatibilidade”, in:Limiar, aura e rememoração: Ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Ed. 34, 2014.

KANGUSSU, Imaculada. Leis da liberdade: a relação entre estética e política na obrade Herbert Marcuse. São Paulo: Ed. Loyola, 2008.

LUCKERT, Steven; BACHRACH, Susan. State of Deception: The Power of Nazi Propaganda. Washington DC: United States Holocaust Memorial Museum, 2009.

MACHADO, Francisco A. Pinheiro. Imagem e consciência da história: pensamento figurativo em Walter Benjamin. Tradução: Milton Camargo Mota. São Paulo: Loyola, 2013.

MARCUSE, Herbert. Tecnologia, guerra e fascismo. Tradução: Maria Cristina Vidal Borba. São Paulo: Fundação Editora da Unesp, 1999.

MCLUHAN, Marshall. The Gutenberg Galaxy. Toronto: University of Toronto Press, 2011.

MÜLHAUPT, Freya. John Heartfield: Zeitausschnitte Fotomontagen 1918-1938. Berlim: Hathe Cantz, 2009.

OTTE, Georg; SEDLMAYER, Sabrina; CORNELSEN, Elcio (orgs). Limiares e passagens em Walter Benjamin. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

SCHWEPPENHÄUSER, Hermann. “Kapitalismus als Religion. Eine Aufzeichnung Benjamins 1921”, in: HILLGÄRTNER, Herald; KÜPPER, Thomas (orgs).Medien undÄsthetik. Festschift für Burkhardt Lindner.Bielefeld, 1992.

STEINER, Uwe.“Kapitalismus als Religion”, in: LINDNER, Burkhart.BenjaminHandbuch. Metzler, 2006.

Publicado
2017-04-11
Seção
Artigos