Acervos virtuais e os modos de presença da arte

Fernanda Proença

Fernanda Proença UFMG https://orcid.org/0000-0002-1890-6009

Palavras-chave: Estética, Theodor W. Adorno, Modos de presença, Indústria cultural, Acervos digitais

Resumo

Resumo: Em interlocução com o texto de Rodrigo Duarte, intitulado “Modos de presença nas manifestações estéticas contemporâneas”, o artigo busca compreender como a virtualização dos fenômenos estéticos perturba as condições de apreensão do sensível. Recorrendo ao tema da usurpação do esquematismo kantiano, conforme exposto por Adorno e Horkheimer, demonstrar como, nos acervos museológicos digitalizados, a indústria tecnológica impõe-se como superestrutura determinante das possibilidades de apreensão do objeto, permitindo tomá-la como desdobramento contemporânea da indústria cultural. Assumida como uma nova camada de mediação da experiência contemporânea, avaliar o impacto estético e político da mediação do virtual nos modos de presença da arte digitalizada, determinante na delimitação das possibilidades mesmas dessas presenças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Proença, UFMG

Graduação em Filosofia na USP. Mestrado em Filosofia da Arte na UFOP. Doutoranda em filosofia da arte na UFMG.

Referências

ADORNO, Theodor. “Über das gegenwärtige Verhältnis von Philosophie und Musik”. Musikalische Schriften V. Gesammelte Schriften 18. Frankfurt am Main : Suhrkamp, 1997.
ADORNO, Theodor W. Teoria estética. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2016; Gesammelte Schriften, Band 7. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1997.
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006; Gesammelte Schriften, Band 3. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1997.
BENJAMIN Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: L&PM, 2018.
COHN, Gabriel. “As duas faces da indústria cultural”. A terra é redonda, 30/06/2020, s.n. Disponível em: https://aterraeredonda.com.br/as-duas-faces-da-industria-cultural/#:~:text=H%C3%A1%20pouco%20mais%20de%20setenta,do%20pensamento%20europeu%20da%20%C3%A9poca. Acesso em: 10/10/2021.
DE MUL, Jos. “The work of art in the age of digital recombination” In: BOOMEN, Marianne van den; LAMMES, Sybille; et al (Org). Digital Material: Tracing New Media in Everyday Life and Technology. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2009.
DUARTE, Rodrigo. “Modos de presença dos fenômenos estéticos contemporâneos”. In: HERMANN, Nadja; RAJOBAC, Raimundo (Org). A questão do estético: ensaios. EdiPUCRS: Porto Alegre, pp. 117 - 132, 2020.
DUARTE, Rodrigo. “O esquematismo kantiano e a crítica à indústria cultural”. Studia Kantiana, v. 4, n. 1, pp. 85 - 105, 2003.

PROENÇA, Fernanda. “Arte em tempos de pandemia: um olhar adorniano”. In: Oneide Perius, Evandro Pontel, Fabio Caires, et all (Org). Diagnóstico do tempo: implicações éticas, políticas e sociais da pandemia. Editora Fundação Fênix, 2020, pp. 241-265.
RAPOSO, Luís. “Os equívocos da museologia e da patrimoniologia”. Artecapital, 01/06/2020. Disponível em: https://www.artecapital.net/opiniao-210-luis-raposo-os-equivocos-da-museologia-e-da-patrimoniologia Acesso em: 20/10/2021.
ROUANET, Sérgio Paulo. “Ética e antropologia”. Estudos avançados, v. 4, n. 10, Dez. 1990, pp. 111-150.
SOCHA, Eduardo. “Para um conceito materialista de tempo musical. A teoria dos tipos nos fragmentos de Adorno sobre Beethoven”. Revista Discurso, v. 49, n. 1, pp. 161-184, 2019.
STEIN, Kevin. “Poems and Pixels: The Work of Art in an Age of Digital Reproduction”. Poetry's Afterlife: Verse in the Digital Age. Ann Arbor: University of Michigan Press; Digitalculturebooks, 2010.