A sátira da confissão em Cartas de um sedutor, de Hilda Hilst

  • Carlos Alexandre da Silva Rocha UFES
Palavras-chave: Narrativa brasileira contemporânea (Hilda Hilst); Biopoder; Confissão.

Resumo

Cartas de um sedutor (1991), último livro em prosa da tetralogia obscena de Hilda Hilst, evidencia o uso da confissão ao utilizar o gênero carta para retratar a comunicação entre os irmãos Karl e Cordélia. A obra foi pouco estudada em relação à confissão, tendo os estudos sido direcionados mais para o fracasso pornográfico dos livros da tetralogia – a saber, O caderno rosa de Lori Lamby, de 1990; Contos d’escárnio – Textos grotescos, de 1990; Cartas de um sedutor, de 1991, e Bufólicas, de 1992, o único em versos. Nesse sentido, o artigo visa analisar a confissão presente em Cartas de um sedutor (2002), para tanto pesquisaremos os conceitos de pornografia, de potlatch, de biopoder, de rostidade, dentre outros. Analisaremos como a confissão se realiza no romance e como Hilda Hilst compõe uma obra em que a confissão satiriza o próprio ato de mapear-se diante do mundo.

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Publicado
2023-06-13
Seção
Arte - Art