Artes do contemporâneo:

Vida, criação e multiplicidade.

  • Valdir Pierote Silva Universidade de São Paulo (USP), São Paulo
  • Denise Dias Barros Universidade de São Paulo (USP), São Paulo

Abstract

Este artigo se propõe a construir zonas de vizinhança reflexivas em diálogo com as artes do contemporâneo africano, sublinhando a complexidade e multiplicidade de seus universos estéticos, que entrelaçam e embaralham constantemente arte e vida. Ao mesmo tempo, afirma a necessidade de outro letramento que possibilite compreensões sobre o continente africano com desconstrução de formulações conceituais coloniais persistentes. Por fim, sinaliza um campo multifacetado, em plena ebulição, movimento e inventividade, que se desdobra na necessidade de pluralização de referenciais, a fim de gerar experiências e problematizações políticas e estéticas que possibilitem a construção de novos devires.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Valdir Pierote Silva, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo
Mestre em Estética e História da Arte pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo. Membro e pesquisador da Casa das Áfricas, núcleo Amanar. 
Denise Dias Barros, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo
Docente e orientadora do Programa de Pós-graduação Interunidade em Estética e História da Arte da USP. Antropóloga e terapeuta ocupacional dedicada aos estudos africanos, particularmente selo-saarainos, com destaque para as sociedades Dogon e Kel Tamacheque. Membro fundador da Casa das Áfricas e do núcleo Amanar

References

ANJOS, Moacir. Local/global: arte em trânsito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

APPIAH, Kwame Anthony. Será o pós em pós-modernismo o pós em pós-colonial? Artafrica, [s/d]. Disponível em: <http://artafrica.letras.ulisboa.pt/uploads/docs/2016/04/18/5714df1ec40c3.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2018.

ARAEEN, Rasheed. Modernidade, modernismo e o lugar da África na história da arte da nossa época. Artafrica, 2003. Disponível em: <http://artafrica.letras.ulisboa.pt/uploads/docs/2016/04/18/5714e55386704.pdf>. Acesso em: 28 out. 2018.

BARROS, Denise Dias; AG ADNANE, Mahfouz. Paisagens saarianas: palavra da estética Kel Tamacheque. Revista Arte 21, São Paulo, v. 2, p. 27-37, 2014.

DIAS, Inês de Almeida e Costa. Dias, por aqui: projecto para uma exposição. 2006. Dissertação (Mestrado em estudos curatoriais) - Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas Artes, 2006. 2 v.

DIAWARA, Manthia. A Arte da Resistência Africana. Artafrica, 1998. Disponível em: <http://artafrica.letras.ulisboa.pt/uploads/docs/2016/04/18/5714e450187ff.pdf>. Acesso em: 16 set. 2018.

DOSSIN, Francielly Rocha. Magiciens de la terre (1989) e Africa remix (2005): dois momentos da arte africana no Ocidente, ou como as exposições escrevem a História. ArtCultura, Uberlândia, v. 15, n. 26, p. 47-57, jan.-jun. 2013.

ENWEZOR, Okwui; OKEKE-AGULU, Chika. Contemporary African art Since 1980. Bologna: Grafiche Damianie, 2009.

ENWEZOR, Okwui; OKEKE-AGULU, Chika. Situando a arte contemporânea africana. In: ARAUJO, Emanuel. Africa Africans: arte contemporânea. São Paulo: Museu Afro-Brasil, 2015.

GOLDSTEIN, Ilana Seltzer. Mesa-redonda: arte africana e o conceito de arte. Fórum Permanente, s/d. Disponível em: <http://www.forumpermanente.org/event_pres/encontros/i-encontro-afro-atlantico/relatos/mesa-redonda-arte-africana-e-o-conceito-de-arte>. Acesso em: 28 out. 2018.

HALL, Stuart. O Ocidente e o resto: discurso e poder. Projeto História, São Paulo, n. 56, p. 314-361, maio-ago. 2016.

KALY, Alain Pascal. O Ser Preto africano no «paraíso terrestre» brasileiro. Um sociólogo senegalês no Brasil. Lusotopie, Bordeaux, n. 8, p. 105-121, 2001.

KOIDE, Emi. “Arte africana”? Denominações, clichés e desafios em torno da produção artística contemporânea do continente africano. Fórum Permanente, s/d. Disponível em: <http://www.forumpermanente.org/event_pres/encontros/africa-africans/relatos-criticos/201carte-africana201d-denominacoes-cliches-e-desafios-em-torno-da-producao-artistica-contemporanea-do-continente-africano>. Acesso em: 3 nov. 2018.

MACAMO, Elisio. E se a África não existisse? Octavio Ianni, globalismo e a natureza recalcitrante do objecto das ciências sociais. Ideias, Campinas, v. 5, n. 1, p. 93-114, 2014.

MBEMBE, Achille. As formas africanas de auto-inscrição. Estud. afro-asiát., Rio de Janeiro, v.23, n.1, p.171-209, 2001.

MBEMBE, Achille. Arte contemporânea de África: negociar as condições do seu reconhecimento - conversa de Vivian Paulissen com Achille Mbembe. Buala, 2010. Disponível em: <http://www.buala.org/pt/mukanda/arte-contemporanea-de-africa-negociar-as-condicoes-do-seu-reconhecimento-conversa-de-vivian->. Acesso em 24 de set. de 2018.

MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. Lisboa: Antígona, 2014.

MBEMBE, Achille. Sair da grande noite: ensaio sobre a África descolonizada. Mangualde; Luanda: Edições Pedago; Edições Mulemba, 2014.

MEYER, James. Global tendencies: globalism and the large-scale exhibition. Artforum International Magazine, v.42, n.3, [s/p], novembro de 2003. Disponível em: < https://www.artforum.com/print/200309/global-tendencies-globalism-and-the-large-scale-exhibition-5682>. Acesso em: 20 de jul. de 2018.

MOSQUERA, Gerardo. Alien own/own alien: notes on globalisation and cultural difference. In: PAPATERGIADIS, Nikos. Complex entanglements: art, globalisation and cultural difference. Londres: Rivers Oram Press, 2003.

MUDIMBE, Valentim Yvens. A ideia de África. Mangualde; Luanda: Edições Pedago; Edições Mulemba, 2013.

MUDIMBE, Valentin Yves. A invenção de África: gnose, filosofia e a ordem do conhecimento. Mangualde/Luanda: Pedagogo/Mulemba, 2013.

NJAMI, Simon. Africa Remix: contemporary art of a continent. From a press information by the organizers in Düsseldorf, 2004. Disponível em: <http://universes-in-universe.de/specials/africa-remix/e-press.htm>. Acesso em: 2 de jul. de 2018.

ODIBOH, Freeborn. The crisis of appropriating identity for African art and artists: The Abayomi Barber School responsorial paradigma. Gefame: Journal of African Studies. Ann Arbor v. 2, n. 1, [s/p], 2005. Disponível em: <http://quod.lib.umich.edu/g/gefame/4761563.0002.103>. Acesso em: 12 de nov. de 2018.

OGBECHIE, Sylvester Okwunodu. The curator as culture broker: a critique of the curatorial regime of Okwui Enwezor in the discourse of contemporary African art. AACHRONYM: Global African Arts with a focus on art-equity and cultural patrimony, 2010. Disponível em: <http://aachronym.blogspot.com/2010/06/curator-as-culture-broker-critique-of.html>. Acesso em: 20 de out. de 2018.

OGUIBE, Olu. The culture game. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2004.

PEFFER, John. A diáspora como objeto. Artafrica, 2003. Disponível em: <http://artafrica.letras.ulisboa.pt/uploads/docs/2016/04/18/5714e87070f5e.pdf>. Acesso em: 20 de out. de 2018.

RUCKTESCHELL-KATTE, K. “Por que julgamos que a diferença seja um problema?”. Entrevista de Achille Mbembe. Goethe-Institut Brasilien, 2016. Disponível em: < https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/mag/20885952.html>. Acesso em: 13 de dez. de 2017.

SAID, Edward. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SALUM, M. H. L. Que dizer agora sobre arte africana? A África nas exposições da virada do século XX para o XXI, no Brasil e no exterior. Revista Arte 21, São Paulo, v. 2, p. 10-26, 2014.

SEEBERG, Matthias. Sammy Baloji Interview: The Past in Front of Us. Dezign Ark, 2015. Disponível em: <https://dezignark.com/blog/sammy-baloji-interview-the-past-in-front-of-us/>. Acesso em: 21 de nov. de 2018.

SHERWELL, Tina. Curatorial expeditions: the Ramallah safari. Stedelijk Museum Journal, 2014. Disponível em: <https://stedelijkstudies.com/journal/curatorial-expeditions-ramallah-safari/>. Acesso em: 16 de set. de 2018, s/p.

STEINER, Christopher. B. African Art in Transit. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

ZAMPARONI, Valdemir. A África e os estudos africanos no Brasil: passado e futuro. Ciência e Cultura. São Paulo, v. 59, n. 2, abr./jun.2007.

Published
2020-04-30
Section
Dossiê Material Musical