Arthur Danto e a representação como limite da arte

  • Debora Pazetto Ferreira

Abstract

A experiência, tão marcante para Danto, de encontrar uma pilha de caixas idênticas às caixas de esponja de aço Brillo expostas em uma galeria o conduz a uma teoria assentada na ideia de que qualquer coisa pode, em princípio, ser uma obra de arte. Ou melhor, de que os limites, cada vez mais borrados, entre coisas reais e obras de arte não podem ser encontrados entre as propriedades sensíveis. Assim, ele constrói uma definição de arte que não se fundamenta em algo que pode ser percebido no objeto artístico, mas na relação do objeto com diversos outros fatores. Trata-se, portanto, de estabelecer os limites entre o que é arte e tudo aquilo que não é, e esta é a primeira condição essencial que o autor assume nessa direção: obras de arte distinguem-se de coisas reais porque são representações, o que quer dizer que elas têm um conteúdo semântico, um significado, um “sobre-o-quê” (Aboutness). Consideradas em suas propriedades simbólicas ou semânticas, as representações se opõem à realidade. No entanto, há um tipo de arte que embaralha os limites estabelecidos pelo próprio filósofo entre representação e realidade – Marina Abramovic e Lygia Clark, por exemplo, são artistas que caminham nessa direção.

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Published
2017-04-19
Section
Dossiê: Os limites da arte