Estranhamente familiares:

a democracia americana e o campo literário moderno.

  • Pedro Dolabela Chagas

Abstract

A polêmica como elemento organizador das operações regulares do sistema literário: o co-pertencimento de escritores, leitores, críticos e editores na produção de um debate recursivo e auto-referencial, organizado em torno de expectativas, valores e crenças meta-estáveis e acordos localizados (sob a forma de teorias, conceitos, avaliações e interpretações); o conflito como fundamento alimentador e organizador do sistema. O componente conservador das operações regulares do sistema literário: a conflação entre o ser e o dever-ser da literatura pelo discurso crítico. A absorção, pelo sistema, de padrões de pensamento político de cunho “revolucionário” e as aporias daí resultantes: a questão do aristocratismo e a noção norte-americana de democracia como contraponto possível. Um interlocutor imprevisto: Thomas Jefferson como porta-voz do politicum democrático; leitura do seu primeiro discurso de posse em seu contexto original de enunciação e análise das suas implicações políticas sobre a crítica e a historiografia literária, com destaque para os limites da extensão da autoridade do juízo, a crítica ao privilégio da “originalidade”, da “ruptura” e do “estranhamento” como paradigmas críticos, e os impasses inerentes à preservação da autonomia individual em meio ao pertencimento compulsório à coletividade e ao diálogo obrigatório com o “senso comum”.

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References

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Published
2017-04-19
Section
Dossiê: Os limites da arte