Kant após o fim da arte

Palavras-chave: Kant, Reflexão, Arte contemporânea, Danto.

Resumo

O objetivo geral deste artigo é trazer a noção de “mera reflexão”, isto é, a reflexão como um sentimento, a fim de pensar o problema da recepção da arte contemporânea. São curiosas as perguntas que surgem neste período de condenação da arte, quais sejam: é possível definir “o que é arte”? Quais seriam os limites desta definição após o “fim da arte”? E no nosso interesse, até onde a estética kantiana pode nos ajudar a fornecer uma leitura da arte contemporânea? Este artigo busca responder a essas perguntas depois do prognóstico hegeliano do “fim da arte”. Para discutir essas questões, o artigo está estruturado em três partes. Primeiramente percorremos a noção do “fim da arte” em Hegel. Em seguida, discutimos a noção dantiana do “fim da história da arte” e descrevemos como “o mundo da arte” constitui uma legitimação problemática para a arte contemporânea. Assim, examinamos a forma impositiva com a qual o “mundo da arte” transfigura os objetos do cotidiano em obras de arte. Por fim, propomos a apropriação do conceito kantiano de “mera” reflexão para uma noção de legitimação autônoma da arte.  

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Biografia do Autor

Regina Sanches Xavier, Universidade Federal de Minas Gerais
Doutoranda e Mestre em Filosofia, na linha de pesquisa Estética e Filosofia da Arte, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora da Universidade Federal de Rondônia.

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Publicado
2018-08-10
Seção
Estética e Filosofia