Cara-de-Bronze, de Guimarães Rosa:

as toadas, os diálogos, a poesia, o enigma.

  • Bruno Pucci
  • André Dela Vale
  • Artieres Estevão Romeiro
Palavras-chave: Cara-de-Bronze, Guimarães Rosa, Teoria Estética, Theodor Adorno;

Resumo

Este artigo se propõe a interpretar o conto de Guimarães Rosa, ―Cara-de-Bronze‖ a partir das ideias-chave da Teoria Estética de Theodor Adorno. Em seu momento analítico, o texto se deterá: no estudo da relação das partes entre si na composição da unidade do conto; na tensão da literatura com a música e o cinema na construção de sua forma; nas múltiplas técnicas estéticas utilizadas para expressar os enlaces da estória. No momento interpretativo, se orientará pelos seguintes aspectos qualitativos: os elementos miméticos que, como resíduos irracionais e vitais, se instalam no interior do conto: o boi e o buriti; as manifestações de desatinos dos personagens e suas relações com os estratos não-intencionais da obra-de-arte; e os antagonismos da sociedade que se manifestam no transcorrer da narrativa: sua dimensão dissonante, crítica e utópica. E, com fundamento na declaração de Adorno de que ―As obras, sobretudo as de mais elevada dignidade, aguardam a sua interpretação‖, ousam os autores apresentar indícios para desvendar o enigma desse conto-poema, assim como para detectar o conteúdo de verdade que nele se manifesta.

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Referências

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ADORNO, Theodor W., A arte é alegre? In Pucci, Bruno; Ramos-de-Oliveira, Newton; Zuin, Antônio A. S. Teoria Crítica, Estética e Educação, Autores Associados/Editora da UNIMEP/FAPESP, Campinas/Piracicaba, 2001, p. 11-19.

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Publicado
2017-04-19
Seção
Estética contemporânea