Editorial e Expediente

  • Luciana da Costa Dias

Resumo

EDITORIAL

É com alegria que o PPGAC/UFOP (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto) lança, com este número inaugural, sua primeira revista, Ephemera, cujo projeto, previsto ainda na formação do programa, está vinculado especialmente às linhas de pesquisa desenvolvidas pelos docentes e discentes, a saber: Estética, Crítica e História das Artes Cênicas e Processos e Poéticas da Cena Contemporânea. Voltada à publicação de artigos, ensaios, resenhas, críticas e entrevistas que estejam ligados às práticas da cena – teatro, performance, dança. A Ephemera pretende abarcar, em perspectiva abrangente, diferentes pesquisas desenvolvidas no âmbito das artes cênicas através de experimentações e processos criativos e do diálogo multidisciplinar com áreas afins (como a filosofia, as letras, a história, as artes plásticas etc.), aceitando contribuições de autores nacionais e estrangeiros.

 Para este número de lançamento, contamos com colaborações importantes, que se dividem aqui em três grupos principais: aspectos da poética da cênica contemporânea, com os textos de Eugenio Barba e Julia Varley; reflexões sobre o teatro brasileiro, com as contribuições de Larissa Neves e Éder Rodrigues em co-autoria com Sara Rojo; e, também, articulações sobre o processo criativo, com dois textos de Juliana Mota, um deles em parceria com Maria Clara Ferrer.

 No primeiro artigo, A essência do Teatro, Eugênio Barba nos brinda com sua brilhante apresentação daquilo que chama de “história subterrânea” da tradição teatral ocidental, evocada em paralelo com sua própria trajetória pessoal e de formação do Odin Teatret, na Dinamarca. Ao perguntar “o que resta do teatro?”, partindo das “feridas e das faltas que determinam o essencial”, traça algumas linhas que definiriam a essência da tradição teatral que ajudou a (re-)inventar no século XX.

 Por sua vez, Maria Clara Ferrer e Juliana Mota, em Caminhos da Escuta: Presença Sonora e Escuridão, discutem a escuridão como ferramenta que potencializa o trabalho vocal do ator em direção àquilo que definem como presença sonora. Já em Voz e Presença: A utilização dos arquétipos sonoros no trabalho do ator, Juliana Mota, discute experiências vivenciadas peloo grupo de pesquisa Casa Aberta, vinculado ao curso de Teatro da Universidade Federal de São João del-Rei, com o intuito de questionar relações entre memória, trabalho vocal do ator e presença cênica.

 No que diz respeito aos textos sobre o teatro brasileiro, em seu artigo sobre a Opereta Francesa, A Opereta Francesa: alguns apontamentos para compreender sua história, Larissa de Oliveira Neves faz uma pequena revisão histórico-crítica da opereta, gênero francês que se desenvolveu vastamente no Brasil, e dos contornos que assume nas mãos dos autores nacionais como Arthur Azevedo. Por outro lado, em A Memória como Dispositivo de Resistência: do processo de criação do espetáculo A Mulher Que Andava Em Círculos até o encontro com o público, Éder Rodrigues reflete sobre a criação do referido espetáculo, dirigido por Sara Rojo no Mayombe Grupo de Teatro, discutindo a memória enquanto dispositivo de resistência diante de regimes autoritários e ditatoriais.  

 Por último, Julia Varley nos traz sua Carta aberta aos participantes e à equipe da XV sessão da ISTA – International School of Theatre Anthropology (Escola Internacional de Antropologia Teatral), na qual rememora sua trajetória, transições e transformações, nos proporcionando um belíssimo panorama do fazer cênico e da antropologia teatral contemporânea, a fechar com chave de ouro esta primeira edição de nossa revista.

 Agradecemos aos editores responsáveis pelo belíssimo trabalho na organização deste número: Elen de Medeiros (UFMG), Ernesto Valença (UFOP) e Ricardo Gomes (UFOP).

 Esperamos que todos tenham uma excelente leitura!

  

Luciana da Costa Dias
(em nome da Coordenação do PPGAC/UFOP)

 

Publicado
2018-12-22
Como Citar
DA COSTA DIAS, L. Editorial e Expediente. Ephemera - Revista do Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 1, n. 1, p. 1-6, 22 dez. 2018.
Seção
Editorial