Um pequeno herbário de imagens-folhas: a maceração como dispositivo para elaboração das poéticas do tropeço

Anderson Feliciano da Silva; Clóvis Domingos  dos Santos

Anderson Feliciano da Silva Universidade Federal de Ouro Preto https://orcid.org/0009-0006-1693-8070
Clóvis Domingos dos Santos https://orcid.org/0000-0002-1721-0413

Palavras-chave: macerar o imaginário, fabulação crítica, estéticas negras, políticas vegetais

Resumo

Este artigo configura-se como um cruzo entre oralidade e escrita, arquivo e repertório. Afirma a imaginação radical como estratégia política de reinvenção e poética capaz de estilhaçar o imaginário colonial. Daí um texto apresentado em forma de “escrito-conversa”, que a partir do diálogo entre dois autores, percorre algumas performances artísticas visando articular estéticas negras, rasuras epistêmicas e políticas vegetais.

Biografia do Autor

Anderson Feliciano da Silva, Universidade Federal de Ouro Preto

Mestrando em Poéticas da Cena no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto e em Dramaturgia na Universidad Nacional de las Artes - Buenos Aires. Pós-graduado em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (2009) e graduado em Letras / Literaturas de língua portuguesa (2007) pela PUC Minas, dedica-se à escrita, à e à curadoria.

Clóvis Domingos dos Santos

Pesquisador, professor e crítico teatral. Doutor e Mestre em Artes da Cena pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da UFMG. Bacharel em Direção Teatral pela UFOP.

Referências

AGAMBEN, G. O que é um dispositivo? In: AGAMBEN, G. O que é contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.

BALDWIN, James. Notas de um filho nativo. Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2020.

BARRETO, João Paulo Lima. Conhecimentos Tradicionais e Luta Política dos Povos Indígenas: Ser e Estar nas Artes da Cena. In:GERALDI, Silvia [et al.] (org.). Artes da Cena e Direitos Humanos em Tempos de Pandemia e Pós-Pandemia. Rio Branco: Stricto Sensu, 2022.

Salve as Folhas. Intérprete: Maria Bethânia. In: Brasileirinho. Intérprete: Maria Bethânia. Rio de Janeiro: Biscoito Fino, 2003, CD.

CABRAL, Arthur Simões Caetano. Terrenos incultos e jardins emergentes: a vida das plantas em interstícios urbanos. Revista ClimaCom, Dossiê Políticas Vegetais, n. 23, 2022. Disponível em: http://climacom.mudancasclimaticas.net.br/wp-content/uploads/2022/11/TERRENOS-INCULTOS-E-JARDINS-EMERGENTES_template-para-ensaio.pdf. Acesso em: 30 abril 2023.

DINIZ, Guilherme. Apresentação crítica. Disponível em: https://www.portaldedramaturgia.com/profile/anderson-feliciano. Acesso em: 03 maio 2023.

DELEUZE, G; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2, v. 3. São Paulo: Editora 34, 2012 (Originalmente publicado em 1980).

FELICIANO, Anderson. Tropeço. Belo Horizonte: Editora Javali, 2020.

GLISSANT, Edouard. Pela opacidade. In: GLISSANT, Edouard. Poética da Relação. Tradução de Marcela Vieira e Eduardo Jorge de Oliveira. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.

HARTMAM, Saidiya. Vidas rebeldes, belos experimentos: histórias íntimas de meninas negras desordeiras, mulheres encrenqueiras e queers. São Paulo: Editora Fósforo, 2022.

MARTINS, Leda Maria. Afrografias da Memória. São Paulo: Perspectiva, 1997.

MARTINS, Leda Maria. A Cena em Sombras. São Paulo: Perspectiva, 1995.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1, 2018.

PEREIRA, Edmilson de Almeida; GOMES, Núbia Pereira Magalhães. Ardis da Imagem: exclusão étnica e violência nos discursos da cultura brasileira. Belo Horizonte: Mazza Edições, Editora PUC Minas, 2001.

ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. São Paulo: Cia das Letras, 2019.

SODRÉ, Muniz. Claros e Escuros: Identidade, povo e mídia e cotas no Brasil. 3. ed. atual. e ampl. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.