Para Rocío Jurado, brevíssima cena insurgente

escrever gestos para que a memória de um país subterrâneo venha à superfície retocar sua resistência

Palavras-chave: teatro político, teatro documentário, América Latina, teatros do real, documento vivo

Resumo

Este artigo é gesto escrito para emergir histórias ainda não contadas, é dedicatória para artistas, casas de shows e saunas LGBTQIAPN+ mineiras. Depois de 40 anos de carreira, em 2018, o ator transformista José Alberto In Concert (1952-2023) conquistou seu sonho de juventude: estrear no palco de um teatro. Sob direção de Fabrício Trindade (1988-), Zé, aos 66 anos, realizou uma exposição de si ao atuar na brevíssima cena insurgente Para Rocío Jurado.

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Biografia do Autor

Fabrício Trindade Pereira, Universidade Federal de Minas Gerais

Fabrício Trindade é multiartista, professor de Artes, Teatro e Literatura. Doutor em Artes da Cena pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Estudos Literários (Área de concentração: Literaturas Modernas e Contemporâneas / Linha de Pesquisa: Literaturas, outras Artes e Mídias) da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Integrante do LECAC - Laboratório de Estudos do Corpo nas Artes da Cena, coordenado pela professora Mônica Ribeiro e do Núcleo de Estudos em Letras e Artes Performáticas (NELAP) coordenado pela professora Sara Rojo. Licenciado em Teatro pela Escola de Belas Artes da UFMG. Desde 2018 vem colaborando como professor e orientador de processos artísticos no Teatro Universitário/UFMG. Coordenador do GIRA - Grupo de Investigação e Reflexão em Arte, do Produção e Memória Projeto de Extensão do Teatro Universitário - UFMG. Integra o Mayombe Grupo de Teatro onde desenvolve trabalhos cênicos relacionados às diversas áreas artísticas. Integrou o Grupo Oficcina Multimédia de 2008 a 2012, desenvolvendo trabalhos como diretor, ator, produtor e preparador corporal.

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Publicado
2024-05-10
Como Citar
TRINDADE PEREIRA, F. Para Rocío Jurado, brevíssima cena insurgente: escrever gestos para que a memória de um país subterrâneo venha à superfície retocar sua resistência. Ephemera: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 7, n. 12, 10 maio 2024.