O feminismo negro e a estética do sublime em Merci Beaucoup, Blanco!
Resumo
O presente trabalho apresenta uma crítica à performance Merci beaucoup, Blanco!de Michelle Mattiuzzi e à sua auto reflexão sobre a mesma, publicada na 32ª Bienal de São Paulo - Incerteza Viva (2016), intitulada Escrito experimento fotografia performance. Trata-se de uma análise sobre a forma como essa performance e tais escritos promovem o embate ao racismo e à discriminação por gênero e classe social, de modo a suscitar sentimentos contraditórios de choque, horror e comprazimento no seu espectador; análogos ao sentimento do sublime. Para tanto, destacam-se aspectos da história do pensamento racista no Brasil e da historiografia oficial relativa à população negra a fim de contextualizar os sentimentos de dor e horror, que permeiam tanto a experiência pessoal da artista quanto a sua representação performática. Em seguida, consideram-se as características dessa performance, que podem incitar sentimentos de prazer na observadora e no observador, como a resistência da mulher negra e a sua representação política no campo da arte e da cultura. E por fim, com intuito de concluir as possibilidades de fruição da obra em questão, tomam-se como referência, além do texto da artista, certos argumentos constituintes do conceito do sentimento do sublime, conforme apresentados por Immanuel Kant e Jean-François Lyotard.
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