Filosofia da Técnica:

arte como conquista de um novo campo de ação lúdico (Spielraum) em Benjamin e Flusser

Palavras-chave: Spielraum, segunda técnica, jogo, Rausch

Resumo

O texto apresenta a teoria da técnica nas obras de Walter Benjamin e de Vilém Flusser com destaque para a noção benjaminiana de Spielraum (campo de ação lúdico) e para a tese flusseriana que associa as novas imagens técnicas e seu universo ao triunfo do homo ludens sobre o funcionário burocrata que tende a dominar os aparelhos e operá-los como instrumentos do fascismo. Benjamin defende uma teoria da arte como uma teoria da “segunda técnica” que permite a conquista de uma nova relação com a natureza, onde não impera mais a dominação, mas, antes, a “dominação da relação entre natureza e humanidade”. Ambos autores sonham com as naturezas externa e a interna ao ser humano liberadas e capazes de desdobrar a sua potência a partir de uma arte-técnica emancipadora.

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Biografia do Autor

Márcio Seligmann-Silva, UNICAMP

Márcio Seligmann-Silva é doutor pela Universidade Livre de Berlim, pós-doutor por Yale e professor titular de Teoria Literária na UNICAMP. Foi professor visitante em Universidades no Brasil, Argentina, Alemanha, Inglaterra e México.


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Publicado
2019-10-03
Seção
Dossiê Material Musical