A comuna de Paris de Ernest Pingnon-Ernest

arte, memória e melancolia

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir a memória da Comuna de Paris a partir da homenagem prestada pelo artista plástico Ernest Pingon-Ernest ao centenário da Semana Sangrenta, em 1971. Tomando a obra como ponto de partida, analisaremos como esse debate envolvendo a memória e a pintura revolucionárias na França daquele período foi orientado por uma proposta de supressão da distância entre arte e vida que, em muitos momentos, serviu ao objetivo de dar forma à melancolia presente na experiência revolucionária. Para tanto, na primeira parte do artigo, observaremos aspectos da memória da Comuna no contexto dos anos 1960-1970, a partir de uma perspectiva “melancólica”, tal como pensado por alguns de seus principais intérpretes. Na segunda, analisaremos a referida obra, La Commune, por meio de reproduções e materiais de referência (catálogos, livros, teses, artigos, reportagens, entrevistas e reproduções digitais), lançando flashs periódicos sobre seus desdobramentos em trabalhos de Pignon-Ernest nas décadas seguintes.