A ruptura na imagem movimento

releitura do sensório-motor em Cinema 1

  • Eduardo Brandão Pinto Universidade Federal do Rio de Janeiro - Escola de Comunicação - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (doutorado) http://orcid.org/0000-0003-1965-2618
Palavras-chave: cinema e filosofia, Bergson, Deleuze, imagem-movimento

Resumo

A noção de ruptura do esquema sensório-motor, delineada por Henri Bergson em Matéria e Memória (1896), organiza os dois volumes de Gilles Deleuze dedicados ao cinema: em Cinema 1 – A imagem-movimento (1983), o cinema operaria segundo um sistema de prolongamentos sensório-motores, enquanto em Cinema 2 – A imagem-tempo (1985) o cinema encenaria sua ruptura, com o surgimento das situações óticas e sonoras puras. Este artigo debruça-se sobre o primeiro volume, a fim de apontar como Deleuze reconhece inúmeros pontos de torção já no interior da imagem-movimento, que desarticulavam o funcionamento sensório-motor, abrindo o pensamento do cinema para além da forma das recognições. Para isso, precisaremos descrever certas dessemelhanças entre as metafísicas que orientam os pensamentos de Bergson e Deleuze – um pensamento do corpo e um pensamento da imagem.

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Biografia do Autor

Eduardo Brandão Pinto, Universidade Federal do Rio de Janeiro - Escola de Comunicação - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (doutorado)

Cineasta e doutorando no PPGCOM-UFRJ.

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Publicado
2023-06-20
Seção
Filosofia e arte