O teatro como estímulo para pensar o existir
Resumo
A partir de uma abordagem fenomenológica, busca-se, com esse texto, descrever e analisar a relação entre atores e atrizes de um coletivo teatral e moradores e moradoras da comunidade Solar do Unhão, na cidade de Salvador Bahia. Durante sete meses o grupo ocupou as arcadas de um viaduto como base de laboratório de criação do espetáculo “Mal invisível”. Este viaduto é lugar de passagem, mas também de comércio realizado pelos habitantes do local. Durante esse período relações se estabeleceram e o cotidiano dessas pessoas foi se misturando ao cotidiano criativo dos artistas e vice-versa. A cada dia, a cada ensaio, novas sensações, novos afetos, descobertas e rupturas foram surgindo ao passo que essa presença era estabelecida e, aos poucos, repercutindo na vida cotidiana dos moradores e no processo criativo da equipe do espetáculo. É desta abordagem fenomenológica de ver/ser/estar que nasceu um processo de pesquisa criativa em teatro e utilizando apenas referências de autores e autoras brasileiros/as como Nurit Bensusan, Angelo Serpa, Renato Ferracini e Ailton Krenak, produzidos no tempo presente, que trarei minha contribuição para fazer avançar posturas decoloniais, a meu ver, necessárias para o que chamamos futuro.
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Referências
BRITO, Marcelo Sousa. O teatro que corre nas vias. Salvador: EDUFBA, 2017.
FERRACINI, R. Ensaios de atuação. São Paulo: Perspectiva: Fapesp, 2013.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
MATOS, Denis Alex Barbosa de. A casa do velho: o significado da matéria no candomblé. Salvador: EDUFBA, 2019.
SERPA, A. Por uma Geografia dos espaços vividos: Geografia e Fenomenologia. São Paulo: Contexto, 2019.
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