Sou preto, sou gay, sou pretoguês: a escrita de si como performance

Palavras-chave: Performance, escrita de si, performatividade

Resumo

Discute-se aqui a Performance como forma de pensamento e ao mesmo tempo descolonizá-la, enegrecendo-a. A partir da noção política de “escrita de si” podemos nos compreender enquanto corpo-território preto, que escreve sobre si e suas práticas artísticas e estéticas. A escrita de si, mais que uma enunciação ou discursividade, é um lugar de fala em que o preto tenta recuperar sua plena humanidade, através de atos potencialmente subversivos.



Biografia do Autor

Paulo Petronilio Correia, UNB

Paulo Petronilio Correia é Pós-Doutor em Performances Culturais. Doutor pela UFRGS. Mestre em Literatura pela UFSC, Mestre em Educação pela UFSC. Professor Adjunto IV de Filosofia na UnB. Professor do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UnB/PPGCEN.

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Publicado
2022-07-29
Como Citar
CORREIA, P. P. Sou preto, sou gay, sou pretoguês: a escrita de si como performance. Ephemera - Revista do Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 5, n. 10, p. 97-119, 29 jul. 2022.