"A mulher e o ralo”
corpo, morte, loucura, vomição, excreções e delírios
Resumo
O artigo analisa o média-metragem “A Mulher e o Ralo”, produzido durante a pandemia de Covid-19, abordando temas como morte, loucura e a degradação dos afetos. A obra reflete o impacto emocional do período pandêmico, utilizando uma estética visceral para retratar a destruição dos corpos e a fragmentação das subjetividades. Explorando o colapso entre vida e arte, o filme mescla vídeo e foto-performance, criando uma narrativa coreográfica e poética sobre a psiquê feminina e sua relação com o corpo em crise. A metodologia de análise fundamenta-se nas teorias da performance de Stella Fisher e Eleonora Fabião, no conceito de fantasmagoria de André Lepecki, na estética da crueldade de Antonin Artaud e na compreensão histórico-cultural da loucura de Michel Foucault. O artigo examina como essas referências teóricas ajudam a entender o processo de desconstrução e reconstrução de corpos e afetos ao longo das quatro cenas do filme. Cada cena, com sua estética independente, reflete uma invenção poética e visual única, ligada à narrativa maior de fragmentação, excreção e loucura. A análise também foca na experimentação artística que emergiu da necessidade de adaptar as práticas cênicas ao audiovisual, rompendo fronteiras entre presença física e virtual.
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Referências
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