Currículos, Ensino e Relações de Poder
o Teatro na Educação Básica
Resumo
O artigo analisa a inserção do Teatro nos currículos da Educação Básica no Brasil, com foco nas políticas públicas que moldaram essa inclusão, especialmente por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O estudo explora como essas políticas foram influenciadas por relações de poder e debates sociais, destacando as diferenças entre os PCNs, que ofereciam orientações flexíveis, e a BNCC, um documento normativo que reorganiza hierarquias entre áreas do conhecimento. A marginalização da Arte, e especificamente do Teatro, é examinada, especialmente no contexto do Ensino Médio, em que se observa uma redução significativa de sua presença no currículo. O artigo argumenta que, para que o ensino de Teatro seja efetivo e contribua para a formação integral das(os) estudantes, é essencial considerar não apenas o Teatro como linguagem, mas também como acontecimento e prática cultural, questionando e expandindo suas possibilidades estéticas e pedagógicas. A conclusão enfatiza a necessidade de políticas públicas que valorizem a Arte como uma área de conhecimento essencial, capaz de fomentar uma educação crítica e transformadora.
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