Gukurahundi em retrospecto

performance teatral como esfera pública cultural

Resumen

Resistir durante o Gukurahundi era virtualmente impossível, especialmente em campos de detenção como Bhalagwe e Matopo. Gukurahundi se refere ao período da história do Zimbábue, compreendido entre 1983 e 1987, caracterizado por um genocídio não confirmado da minoria étnica Ndebele. Após a implantação da Quinta Brigada em  Matabeleland e nas regiões centrais (Midlands), o governo da época impediu o acesso da imprensa a essas áreas, banindo jornalistas sem permissão formal. Enquanto alguns sobreviventes dos campos de detenção e da brutalidade no Gukurahundi compartilharam suas experiências com familiares ao longo dos anos, outros escolheram o silêncio. Dentre as narrativas feitas em primeira mão sobre o  Gukurahundi, que emergiram de várias plataformas, uma narrativa “alternativa” começa a infectar a opinião e o discurso públicos. É considerada “alternativa” porque contesta a meta-narrativa governamental de “momento de loucura” (Gaidzanwa, 2015). Neste artigo, discuto o espetáculo de Victory Siyanqoba, denominado Talitha Koum - Alguém mentiu!, como exemplo da habilidade de uma esfera pública cultural em dar voz àqueles que as perderam, como os sobreviventes e seus filhos, de uma forma que perturba o passado, trazendo ao público narrativas históricas alternativas, além de instigar debates e discursos em torno do Gukurahundi.

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Biografía del autor/a

Nkululeko Sibanda, University of Pretoria

Nkululeko Sibanda é professor de teatro na Universidade de Pretoria, África do Sul. Tem doutorado (Ph.D.) em Teatro e Estudos da Performance pela Universidade de KwaZulu-Natal (Howard College). A necessidade de desenvolver um modelo de teoria e prática teatral relevante e eficaz dentro da prática teatral africana (e a partir de um paradigma africano) está na base de seus esforços de pesquisa.

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Publicado
2020-12-06
Cómo citar
SIBANDA, N. Gukurahundi em retrospecto: performance teatral como esfera pública cultural. Ephemera: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 3, n. 6, p. 41-60, 6 dic. 2020.