Anotações sobre as raízes estéticas do fascismo

Resumen

O artigo pretende desdobrar a hipótese de Peter Sloterdijk, em “Crítica da Razão Cínica”, segundo a qual a emergência do fascismo se deve ao estabelecimento de uma ética cínica na cultura – um cinismo moderno, filho bastardo do combativo cinismo grego. Para tanto, será necessário resgatar a figura de Diógenes, o filósofo antigo, sua relação com o corpo social e sua ética da “fala franca”. Em seguida, pretendemos delinear o que seria uma estética do fascismo a partir de suas bases cínicas, adaptadas à lógica social – a exemplo do personagem Peachum, de Bertolt Brecht, e do Sobrinho, de Denis Diderot – para, enfim, aproximarmos tal estética ao modo de governar do fascismo.

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Biografía del autor/a

João Guilherme Paiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutor em Literatura Comparada no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado
2025-03-24
Cómo citar
PAIVA, J. G. Anotações sobre as raízes estéticas do fascismo. Ephemera: Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto, v. 8, n. 15, 24 mar. 2025.