Edições anteriores

  • Pró-Professor - v. 1, n. 1 - 2012 Pró-Professor
    v. 1 n. 1 (2012)

    No que se refere à educação e à formação de professores, quanto mais as discussões se refinam e se aprofundam, mais  se distanciam da prática que se exerce na escola e de seus atores. Por outro lado, aparentemente, nenhuma profissão encontra tanta dificuldade em sair do senso comum quanto as ligadas à educação. A formação de professores enfrenta o desafio de demarcar a larga, mas pouco óbvia diferença que separa o profissional da educação de algo parecido com a antiga normalista - moça boa, “de boa família”, que só por isso já poderia ser considerada professora. Talvez pelo fato da educação começar em casa e na família ou porque o afeto permeia sua atividade-fim.

    Na verdade, entretanto, ingressar nesta carreira requer mudanças na maneira de ver o mundo das relações humanas, em que as pessoas se constituem como sujeitos; requer maturidade e congruência. Além disso, o convívio com comportamentos infantis sem a eles se opor ou sem neles se perder não é algo simples – para educar crianças e jovens é preciso partilhar comportamentos regressivos sob a gestão de um adulto forte (ou um ego maduro).

    Profissionalizar é adquirir ferramentas, é formar ofício, é apoderar-se de técnicas. Para o professor as condições de planejamento, a nitidez da visão sobre a situação a ser alterada, o conhecimento das potencialidades, a definição dos objetivos a serem alcançados, a criatividade aplicada ao modo como se pode alcançá-los, a atitude de avaliação constante e sensível são formas de garantir o trânsito entre ele próprio e a sua própria criança ou jovem, garantindo, assim, a aproximação afetiva e o distanciamento reflexivo,  necessários para ser, de fato, um educador.

    Os projetos pedagógicos de gestão ou intervenção (em diversas formas e     amplitudes) são guias para que o educador processe esse trânsito de forma profissional, sem se perder em atitudes leigas ou fiadas na intuição. Por isso consideramos o letramento acadêmico primordial na formação de professores, pois, até onde nossa inteligência alcança, o método e o pensamento científicos são as formas de garantir as reflexões e as discussões em cenário ampliado da profissão professor, de seu fazer e de seus resultados.

    Se, de um lado, temos o conhecimento genuíno do professor que precisa de expressão, por outro lado temos a academia e os valores nela e por ela cultivados e incentivados pelas agências financiadoras e reguladoras – especialmente CAPES e CNPq – pouco ou nada dialogando nem se aproximando do “chão de sala”.

    Parece que a alimentação das necessidades de discussão da prática educativa ficou somente a cargo das revistas comerciais e os periódicos não fazem parte deste universo. Os indexados, então, parecem ainda mais distantes, já que os critérios de avaliação pouco fixam os olhos na utilidade ou aplicabilidade imediata do que se produz na academia, ficando a ciência, em todos os seus campos, restrita ou pouco acessível por sua natureza e, principalmente, por sua linguagem.

    Alguns movimentos podem ser percebidos na direção do rompimento da elitização do conhecimento acadêmico. O próprio CNPq promoveu recentemente mudanças no Currículo Lattes (o maior banco de dados sobre produção científica e acadêmica no país), no sentido de contemplar e valorizar a comunicação com o público leigo e a popularização do conhecimento construído intramuros. A FAPEMIG, por sua vez, lança edital incentivando projetos de extensão em interface com a pesquisa, apostando na ação transformadora da produção acadêmica em seu diálogo com a sociedade. Isso ainda é pouco, mas já sinaliza a percepção da lacuna que existe entre a academia e sua produção e aqueles que merecem fazer uso desse conhecimento: os mesmos que o financiam, toda a sociedade.

    É nesta lacuna que a Pró-Professor se instaura. Nascida de professores de professores, a revista está vocacionada para mediar e tutelar a publicação de artigos científicos produzidos pelos professores e para os professores atuantes na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Médio, resguardando as exigências de cientificidade metodológica e formal.

    É por isso que nossa decisão inicial é não buscar indexações que classifiquem a Pró-Professor como “produção científica”, mas manter a busca do consenso e da reflexão constante sobre tudo o que passa por ela, segundo os propósitos expostos. Sabemos que não há espaço no cômputo das agências avaliadoras para o que aqui vai, mas estamos conscientes da importância deste projeto. Quem quiser e puder que nos acompanhe no que é para e pelo Pró-Professor.

     

    Ouro Preto, 25 de setembro de 2012

    Os editores da revista Pró-Professor

  • Capa da revista Pró-Professor. A parte superior é verde, com o título em destaque. Abaixo, há uma foto mostrando pessoas caminhando por uma rua estreita em uma comunidade, cercada por casas simples e muros de tijolos aparentes. Na parte inferior da capa, aparece o texto do tema especial da edição: “Educação de jovens e adultos pela cidade: andanças, memórias e reflexões”. Revista Pró-Professor - Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas de professores da EJA
    v. 4 (2025)

    Querido(a) leitor(a),

    É com alegria e satisfação que apresentamos mais um número da Revista Pró-Professor, dedicado a destacar um potente dispositivo de formação docente: a Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas. Neste volume, temos a oportunidade de conhecer relatos de educadoras e educadores que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA), produzidos a partir da pesquisa de doutoramento desenvolvida por Trinidad Vaccarezza na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    Trinidad se inscreve, enquanto pesquisadora, na tradição narrativa e (auto)biográfica, situando-se na interseção entre pesquisa narrativa e EJA. Ainda na graduação, aproximou-se da Documentação Narrativa ao cursar uma disciplina ministrada pela professora Paula D’Avila, no curso de Ciencias de la Educación da Universidad de Buenos Aires (UBA). No mestrado, já na Universidade Federal de Minas Gerais, trabalhou com entrevistas narrativas e construiu relatos sobre cada professora participante, aprofundando-se nas singularidades de suas trajetórias. No doutorado, assumiu o desafio de pesquisar com professores, e não sobre eles — momento no qual a Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas se consolidou como eixo de sua prática investigativa. Atualmente, integra a Red de Formación Docente y Narrativas Pedagógicas da Facultad de Filosofía y Letras da UBA, rede que se tornou um projeto de extensão e vem impulsionando processos de Documentação Narrativa com docentes de diversas regiões da Argentina.

    Esta edição da Revista Pró-Professor reúne pujantes relatos dos sujeitos que participaram de sua pesquisa no doutorado, revelando a potência da Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas não apenas como metodologia investigativa, mas como um verdadeiro dispositivo de formação, diálogo e indagação sobre as próprias práticas.

    Que esta leitura nos permita tocar e ser tocados por esse modo de olhar, narrar e pensar a docência — e que cada página nos convide a reconhecer, na trama cotidiana do trabalho educativo, a poesia que silenciosamente o sustenta.

  • Revista PRÓ-PROFESSOR
    v. 3 n. 1 (2024)

    A Revista PRÓ-PROFESSOR começou 2024 com o firme propósito de publicar mais um número temático, mas o termina com a abertura de um número de temática plural. Ficamos contentes em podermos nos ajustar de acordo com os autores que afluem nosso sistema. O Volume 3, número 1, está inaugurado e os textos serão publicados à medida que os fluxos editoriais de cada texto submetido se completem por aqui.

    Nosso segundo objetivo para o ano era efetivar nossa comunicação nas redes sociais. Conseguimos tornar nossas páginas de Instagram e de Facebook operantes e continuamos trabalhando nas discussões e decisões a respeito de melhores formas de nos fazermos conhecer e de alcançar nosso público-alvo de autores e leitores. Atingimos, portanto, este objetivo parcial do propósito maior que é ampliar a presença da Revista junto aos professores da educação básica e alunos de licenciaturas.

    Em se tratando de melhorar a presença da PROPROF, tivemos nesta edição a grata surpresa de submissões de autores de outras partes do país. Isso nos fez ponderar que precisamos persistir, pois nossos objetivos não podem ser obtidos em prazos curtos.

    Precisamos registrar que em 2024, vieram novamente à baila questões centrais na existência da PROPROF. Tais questões, nos parece, terão lugar em todas as mesas em que nos reunirmos enquanto a Revista existir com o propósito de contribuir para a formação continuada de educadores: quem é e onde está o público autor e o público leitor? Como estabelecer melhores fluxos editoriais? Como levar todos os editores ao domínio de todo o processo de admissão, avaliação, edição e editoração dentro sistema OJS? Como lidar com a burocracia institucional que nos cerca, que exige, nos assoberba e nos atrapalha muito mais do que auxilia?

    Feito este breve balanço, trazemos ao ar o Volume 3 número 1 da REVISTA PRÓ-PROFESSOR. Um exemplar de temática plural, que está de acordo com o que nos afluiu por parte dos educadores que confiaram seus trabalhos ao nosso conselho editorial. Esperamos ter feito um bom trabalho e que este número signifique a conquista de mais educadores da rede de educação básica como nossos autores e leitores.  Com isso, pretendemos caminhar em direção a nos tornarmos um veículo de comunicação entre o professor que registra suas experiências e vivências e aqueles que podem vir a fazê-lo. E, mais além, que esta interlocução se realize em instrumento de formação continuada colaborativa entre os próprios educadores.

  • Capa da revista Pró-Professor. Em fundo vermelho destacam-se o título da revista (Pró-Professor), seu slogan ("De professor para professor"), uma foto de uma sala aula com alunos e alunas adultos; e as informações da edição (Volume 2, Número 1, 2023). Revista Pró-Professor
    v. 2 n. 1 (2023)

    A revista PRÓ-ROFESSOR teve seu primeiro número publicado no ano de 2012, contando com sete excelentes trabalhos de egressos do Curso de licenciatura em Pedagogia do Centro de Educação Aberta e a Distância – CEAD da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP na turma de 2011 que já atuavam como educadores na rede pública de ensino, juntamente com seus orientadores de trabalho conclusivo de curso. Depois de 10 anos, a PROPROF está de volta com nova proposta, mas reafirma sua vocação: ela é o produto final das produções de educadores e, ao mesmo tempo, pretende ser um mecanismo motivador para que eles produzam e publiquem narrativas pedagógicas sobre suas vivências docentes. A nova PROPROF está ligada a um projeto de extensão que, por sua vez, é vinculado ao Programa UFOP com a Escola - UCAE e se coloca como um dos recursos disponíveis para a formação continuada de professores. Seu público-alvo são professores da educação infantil, ensino fundamental e médio, incluindo a educação de jovens e adultos, que além de leitores-alvo, são também os principais autores da revista.