No Fundo do Mato-Virgem: Macunaíma como uma metáfora por uma educação matemática decolonial
Resumo
Macunaíma, o herói sem caráter de Mário de Andrade, é ressignificado neste texto como o ponto de partida de uma discussão sobre a Educação Matemática do ponto de vista decolonial. Nossa proposta é entender a matemática hegemônica e sua relação com a colonialidade a partir de duas palavras: sagrado e terreno. Elas, enquanto metáforas, são utilizadas para discutir a essência de como se ensina matemática na escola e na universidade. A partir dessa problematização inicial, propomos formas de pensar alternativas, embasadas não só nas referências da decolonialidade, mas na literatura e na música. Trabalhamos, então, outras metáforas que podem servir para refundar a matemática escolar e a formação de professores em um novo paradigma, que supere a dicotomização, o amálgama com o pensamento hegemônico ocidental e uma avaliação que segregue.
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