Planos de aula e a educação matemática: o que a pandemia da Covid-19 nos ensinou?

  • Douglas Manoel Antonio de Abreu Pestana dos Santos Universidade Federal de São Paulo
Palavras-chave: Pedagogo, Educação básica, Planos de aula, Educação matemática, Pandemia

Resumo

Nos últimos anos, a Educação Matemática tem ganhado destaque na produção de conhecimento científico e na sua contínua atualização no processo educacional. Investigar os métodos, procedimentos e técnicas utilizados pelos professores pedagogos nos primeiros anos para ensinar Matemática contribui para a construção de um arcabouço teórico-metodológico. Esse arcabouço auxilia na compreensão dos aspectos intrínsecos de cada grupo ou rede de ensino e na formulação de novas propostas para o desenvolvimento de dispositivos educacionais que aprimorem a qualidade do aprendizado e do processo de ensino. Este artigo apresenta um estudo de caso envolvendo cinco professores pedagogos de diferentes redes municipais de ensino do Estado de São Paulo. O estudo foca no entendimento deles sobre o planejamento e a avaliação durante e após a pandemia, evidenciado pelos planos de aula produzidos em um curso de formação continuada em 2020. A metodologia de análise utilizada foi a análise do discurso na perspectiva francesa, que permitiu investigar as bases ideológicas das formações discursivas sobre as concepções mencionadas, conforme expressas pelos professores em seus discursos escritos. O estudo revelou: (i) enunciação categórica das formas de avaliação durante a pandemia, (ii) uso de perspectivas construtivistas de ensino como base ideológica para o ensino, e (iii) falta de descrição procedimental dos dispositivos metodológicos e avaliativos para o processo de ensino planejado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Douglas Manoel Antonio de Abreu Pestana dos Santos, Universidade Federal de São Paulo

Doutorado em Ciências da Educação pela Absoulute Christian University (ACU), Estados Unidos. Membro da Cátedra Otavio Frias Filho de Estudos em Comunicação, Democracia e Diversidade da Universidade Federal de São Paulo/IEA.

Referências

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 1. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2018.

BENEDICT, R. Padrões de Cultura. Trad. Ricardo Rosenbusch. São Paulo: Vozes, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 510 de 7 de abril de 2016. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. n° 466 de 12 de dezembro de 2012. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Geral. Lei n° 13.709 de 14 de dezembro de 2018. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm.

CASTRO, J. B. de; MAGALHÃES, M. de L. T.; PORTO, B. de S.; SILVA, C. R. da. TRILHAS DE APRENDIZAGEM NA DIDÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL. Cenas Educacionais, [S. l.], v. 4, p. e11770, 2021. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/11770.

CAVALCANTE, M. M. D.; CARNEIRO, I. M. S. P. & SILVA, D. C. Trabalho pedagógico no espaço escolar: concepções, saberes, desafios e perspectivas. Revista Educação em revista. V (13), n.2, 2012. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2012.v13n2.3287.

COLL, C e outros. Enseñanza y aprendizaje de conceptos, procedimentos y actitudes. Aula XXI. Madri: Santillana, 1992.

COLL, C. Aprendizaje escolar y construcción del conocimiento. México: Paidós Editorial, 1997.

DUVAL, R. Ver e Ensinar a Matemática de outra forma. Org. Tânia M. M. Campos. 1 ed. São Paulo: PROEM, 2011.

FRANCO, M. A. S. Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações. Revista Educação e Pesquisa, vol.41, núm 3, p. 601-614. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-9702201507140384.

GIDDENS, A. A constituição da sociedade. Tradução Álvaro Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

ORTEGA Y GASSET, J. Meditazione sulla tecnica e altri saggi sulla scienza e filosofia. Cura di Luca Taddio. Milano: Mimesis Edizione, 2011.

PÊCHEUX, M. Análise do Discurso. 4 ed. Campinas: Pontes Editores, 2015. 315p.

PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 5 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2014.

PERRENOUD, P. Construire des competences des l’ecole. Pratiques et enjeux pedagogiques. Paris: ESF, 1997.

RIGAL, L. A escola crítico-democrática: uma matéria pendente no limiar do século XXI. In: IBERNÓN, F. (org). A educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. 1ed. Porto Alegre: ArtMed, 2000.

SANTOS F, T. R.; DINIZ R. F. Relato de experiência de estágio curricular supervisionado durante a pandemia da covid-19: o plantão psicológico na perspectiva da psicologia histórico-cultural. Cenas Educacionais, [S. l.], v. 6, p. e15741, 2023. Disponível em: https://homologacao.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/15741.

SANTOS, D. M. A. D. Abreu pestana dos. Cultura como um operador nas escolhas metodológicas na educação matemática. Revista Baiana de Educação Matemática, [S. l.], v. 5, n. 1, p. e202406, 2024. DOI: 10.47207/rbem.v5i1.19547. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/baeducmatematica/article/view/19547.

SEWELL JR., W. H. Logics of history: social theory and social transformation. Chicago: Chicago University Press, 2005.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Tradução Francisco Pereira. São Paulo: Editora Vozes, 2012.

YIN, Robert K. Case study research: design and methods. Sage publications: Los Angeles, 2015.

ZABALA, A. A Prática Educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre. Artes Médicas Editora. 1998.

ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: ArtMed, 2010.

Publicado
2024-07-18
Como Citar
SANTOS, D. M. A. DE A. P. DOS. Planos de aula e a educação matemática: o que a pandemia da Covid-19 nos ensinou?. Revemop, v. 6, p. e2024008, 18 jul. 2024.
Seção
Artigos