Planos de aula e a educação matemática: o que a pandemia da Covid-19 nos ensinou?
Resumo
Nos últimos anos, a Educação Matemática tem ganhado destaque na produção de conhecimento científico e na sua contínua atualização no processo educacional. Investigar os métodos, procedimentos e técnicas utilizados pelos professores pedagogos nos primeiros anos para ensinar Matemática contribui para a construção de um arcabouço teórico-metodológico. Esse arcabouço auxilia na compreensão dos aspectos intrínsecos de cada grupo ou rede de ensino e na formulação de novas propostas para o desenvolvimento de dispositivos educacionais que aprimorem a qualidade do aprendizado e do processo de ensino. Este artigo apresenta um estudo de caso envolvendo cinco professores pedagogos de diferentes redes municipais de ensino do Estado de São Paulo. O estudo foca no entendimento deles sobre o planejamento e a avaliação durante e após a pandemia, evidenciado pelos planos de aula produzidos em um curso de formação continuada em 2020. A metodologia de análise utilizada foi a análise do discurso na perspectiva francesa, que permitiu investigar as bases ideológicas das formações discursivas sobre as concepções mencionadas, conforme expressas pelos professores em seus discursos escritos. O estudo revelou: (i) enunciação categórica das formas de avaliação durante a pandemia, (ii) uso de perspectivas construtivistas de ensino como base ideológica para o ensino, e (iii) falta de descrição procedimental dos dispositivos metodológicos e avaliativos para o processo de ensino planejado.
Downloads
Referências
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 1. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2018.
BENEDICT, R. Padrões de Cultura. Trad. Ricardo Rosenbusch. São Paulo: Vozes, 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 510 de 7 de abril de 2016. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html.
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. n° 466 de 12 de dezembro de 2012. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria Geral. Lei n° 13.709 de 14 de dezembro de 2018. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm.
CASTRO, J. B. de; MAGALHÃES, M. de L. T.; PORTO, B. de S.; SILVA, C. R. da. TRILHAS DE APRENDIZAGEM NA DIDÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL. Cenas Educacionais, [S. l.], v. 4, p. e11770, 2021. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/11770.
CAVALCANTE, M. M. D.; CARNEIRO, I. M. S. P. & SILVA, D. C. Trabalho pedagógico no espaço escolar: concepções, saberes, desafios e perspectivas. Revista Educação em revista. V (13), n.2, 2012. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2012.v13n2.3287.
COLL, C e outros. Enseñanza y aprendizaje de conceptos, procedimentos y actitudes. Aula XXI. Madri: Santillana, 1992.
COLL, C. Aprendizaje escolar y construcción del conocimiento. México: Paidós Editorial, 1997.
DUVAL, R. Ver e Ensinar a Matemática de outra forma. Org. Tânia M. M. Campos. 1 ed. São Paulo: PROEM, 2011.
FRANCO, M. A. S. Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações. Revista Educação e Pesquisa, vol.41, núm 3, p. 601-614. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-9702201507140384.
GIDDENS, A. A constituição da sociedade. Tradução Álvaro Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
ORTEGA Y GASSET, J. Meditazione sulla tecnica e altri saggi sulla scienza e filosofia. Cura di Luca Taddio. Milano: Mimesis Edizione, 2011.
PÊCHEUX, M. Análise do Discurso. 4 ed. Campinas: Pontes Editores, 2015. 315p.
PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 5 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2014.
PERRENOUD, P. Construire des competences des l’ecole. Pratiques et enjeux pedagogiques. Paris: ESF, 1997.
RIGAL, L. A escola crítico-democrática: uma matéria pendente no limiar do século XXI. In: IBERNÓN, F. (org). A educação no século XXI: os desafios do futuro imediato. 1ed. Porto Alegre: ArtMed, 2000.
SANTOS F, T. R.; DINIZ R. F. Relato de experiência de estágio curricular supervisionado durante a pandemia da covid-19: o plantão psicológico na perspectiva da psicologia histórico-cultural. Cenas Educacionais, [S. l.], v. 6, p. e15741, 2023. Disponível em: https://homologacao.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/15741.
SANTOS, D. M. A. D. Abreu pestana dos. Cultura como um operador nas escolhas metodológicas na educação matemática. Revista Baiana de Educação Matemática, [S. l.], v. 5, n. 1, p. e202406, 2024. DOI: 10.47207/rbem.v5i1.19547. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/baeducmatematica/article/view/19547.
SEWELL JR., W. H. Logics of history: social theory and social transformation. Chicago: Chicago University Press, 2005.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Tradução Francisco Pereira. São Paulo: Editora Vozes, 2012.
YIN, Robert K. Case study research: design and methods. Sage publications: Los Angeles, 2015.
ZABALA, A. A Prática Educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre. Artes Médicas Editora. 1998.
ZABALA, A.; ARNAU, L. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: ArtMed, 2010.
Copyright (c) 2024 Revemop
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.